quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MILAGRES

A cabeça de João Baptista
João Baptista perdeu a cabeça. Não sei se com o novo acordo ortográfico também perdeu o p, o que a ter acontecido é uma grande perda, dado neste caso ser uma letra muito enfática.
Com a cabeça perdida, restava-lhe ainda o corpo, fora da bandeja.E o que consegue fazer um corpo sem cabeça? Milagres!
Se até as sardoniscas conseguem fazer tudo sem o rabo, que é também uma extremidade do corpo !
Mas não nos dispersemos, João Baptista, com ou sem p, faz milagres, mas só aos devotos seguidores, e isto já desde o Século XX antes de cristo.
De facto, analisando o seu percurso , verificamos que só começou a fazer milagres depois de perder a cabeça.
Anteriormente, enquanto a dita estava unida ao resto, o seu percurso de vida foi atribulado, mas não miraculado. Vejamos: viveu no deserto, se não me engano da Namíbia, mas confesso que não temho a certeza, porque a geografia não é o meu forte, onde através da oração e da penitência constituiu uma associação sem fins lucrativos de defesa do deserto e dos povos nazaritas. Contava até que tinha nascido, ou se calhar era só vivido, nessa região, o que a ser verdade ocorreu durante a guerra civil. João Baptista, com ou sem p, pessoa de uma enorme coerência, terá feito os votos de nazarita que incluíam abster-se de produtos intoxicantes e deixar o cabelo crescer, hábito que também foi adoptado pelos seus irmãos, votos esses que viria mais tarde a abandonar.
Praticava diariamente um ritual de purificação corporal por meio de imersão na água, isto depois de abandonar o deserto, logicamente, fazendo o sacrificio diario de suportar qualquer temperatura atmosférica com o cabelo (que tinha deixado entretanto crescer), embebido na água do dito ritual. Dessa forma manifestava publicamente logo pela manhã (consta no entanto que se levantava tarde) o seu estado de purificação absoluta, com o que acreditava poder converter mais inocentes.
Através de uma vida extremamente coerente, não cessava jamais de chamar os homens : " Aproximai-vos, e não vos arrependereis, pois a vossa salvação está próxima". Passou então a profeta, dada a sua afinidade com o profeta Isaías, o profeta das tias.
João tinha por hábito acusar na surdina tudo e todos disto e de mais aquilo, incluindo o rei Herodes, dizendo que tinha uma ligação com a sua cunhada Herodíades, que era mulher de Filipe, rei da Ituréia e Traconites (irmão do Herodes), primo afastado da Salomé que por sua vez era tia da Cecília e do Imperador Augusto. Estas acusações chegaram aos ouvidos do visado.
Viria então a perder a cabeça no meio desta história com um enredo muito confuso, que engloba todas essas personagens e muitos outros, e que João Baptista com ou sem p sempre negou, dizendo aos seus condiscípulos que tinha sido vítima de infundadas calúnias .

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